
Achigãs, tainhas, barbos e pimpões são alguns dos peixes que já deambulam pelos aquários do Fluviário de Mora, espécie de Oceanário dedicado aos peixes de água doce que deverá abrir as portas em Janeiro em pleno Alentejo, paredes-meias com o Parque Ecológico do Gameiro, num investimento que ronda os sete milhões de euros, metade dos quais paga através de fundos comunitários.
Para já, dão-se os últimos retoques nos aquários e nos acessos ao espaço, único na Europa e o terceiro do género no mundo, que deverá atrair mais de 200 mil visitantes por ano. Ao todo, serão cerca de 500 peixes e dezenas de espécies de plantas naturais na área principal da exposição, que simula um rio , desde a sua nascente, onde a água brota de uma fenda nas rochas e desce em cascata até à ribeira. Até chegar à foz e ao mar, já com solo arenoso e água salgada, há um longo caminho de margens lamacentas e rochosas, sobre as quais pendem caniços com tartarugas ao sol, ribeiras e riachos pejados de trutas e salmões, uma barragem e cascatas com os seus peixes mais característicos.Cumprido o passeio pelo rio virtual, outros seres mais estranhos e internacionais esperam pelos visitantes. Na bacia amazónica, haverá espécies como a tartaruga mata-mata, a enguia-eléctrica, a voraz piranha-vermelha, uma anaconda e até mesmo as mortíferas rãs-seta-venenosas. Ao lado, no lago Malawi, agitam-se seres como o peixe-elefante.
O Fluviário, que ainda não abriu mas já ganhou um prémio europeu de arquitectura, vai ter auditório, loja, galeria, centro de documentação, uma ala multimédia, um laboratório para investigação e um restaurante dotado de uma parede acrílica com vista privilegiada para o habitat das lontras (dois casais), os únicos mamíferos do recinto.
Nas traseiras do Fluviário, ao ar livre estende-se um lago de água doce, com caniços e juncos, onde os visitantes caminham sobre um passadiço de madeira e poderão observar alguns pequenos répteis e aves.
A ideia de criar um fluviário começou a crescer há cinco anos na mente de José Sinogas, presidente da Câmara de Mora. "Muita gente achou que eu era louco por fazer uma coisa destas no meio dos sobreiros, mas está feito", assume. Reconhece que a empreitada foi um "acto de coragem", mas acredita que vai atrair pessoas e investimento privado. Daí que já tenham sido reservados, em redor, 17 hectares de área para arborização, projectos na área da hotelaria e restauração, centro comercial e passeios de barco.
José Sinogas pretende ainda que o Fluviário seja uma oportunidade para divulgar os vinhos, artesanato e gastronomia de uma região onde é necessário combater a desertificação.
Fonte: Jornal de Noticias - Sul
Fonte: Jornal de Noticias - Sul
12/11/06
1 comentário:
Esperem lá não ganhou nem vai ganhar o dito prémio.
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