Como jovem, como recém Licenciado em Animação Educatica e Sociocultural, como cidadão, sinto-me muito preocupado com a actual contextualização sócio-profissional. Os tempos que se avizinham, irão ser bastante difíceis, tanto pelas alterações laborais, que tendem a transformar a sociedade numa estrutura neo-liberal, decepando os valores sociais até aqui vinculados??, como pela inércia de algumas franjas da sociedade engolidas por uma manta silenciosa, que os impede de se apropriarem de uma postura critica, de forma a afirmar a sua vontade.
Como jovem, como recém Licenciado em Animação Educativa e Sociocultural, como cidadão, vivo com preocupação estes dias, nos quais sem aviso prévio se sente o cheiro da falsa mudança, nos quais se sentem o branqueamento da repreensão do antigo regime, da sua repreensão, das suas torturas. Nestes dias, sinto o cheiro daqueles que por ideais, valores e princípios jazem no Tarrafal. Nestes dias sinto o cheiro do suor e sangue antigo, da liberdade, da democracia, da tolerância e solidariedade.
Como jovem, como recém Licenciado em Animação Educativa e Sociocultural, como cidadão, sinto-me envergonhado, porque por igualdade de oportunidades, se pensa num cartaz e num anúncio de televisão, mas nunca nos milhares de Licenciados que nunca tiveram uma única oportunidade para construir, para crescer num contexto livre, democrático e solidário.
Como jovem, como recém Licenciado em Animação Educativa e Sociocultural, como cidadão, estou na luta, temos que estar todos, só assim algo se transformará!!!
2 comentários:
É-me familiar esse sentimento de revolta, de desilusão, de incompreensão que focas. De facto, temos que denunciar este acreditar na mobilidade social através do saber, que convém ao governo, para contrariar os índices de abandono escolar. No entanto, o real mostra-nos, o nosso papel de isco, otários, que estão condenados à partida, já que a mensagem de mudança social, que o lema de estudar para ser alguém na vida preconiza, não passa de uma miragem, um engodo.
Sim, porque o que vemos é que somos continuamente tratados como bastardos, como Filhos da Puta, ou seja, da Plebe, pois o lugar ao sol, não é permitido a quem lutou por ele, mas a quem tinha conhecimentos e reservou o prémio, mesmo que não estivesse na competição ou a tivesse perdido, isso são apenas detalhes, quando nos fizeram acreditar que fariam toda a difernça.
Não podemos continuar a permitir que mais ingénuos, como nós, acreditam no slogan da Ministra da Educação, quando o que vemos são licenciados, que investiram num projecto de vida e acabam por realizar actividades conjuntamente com aqueles que, privilegiriam outras opções e que solidaria ou vitoriosamente nos questionam: valeu a pena acreditar? Para quê tanto esforço, se voltaste ao ponto de partida, bem fiz eu que não me macei.
Paralelamente, a este cenário vergonhoso e humilhante, existe toda uma conjectura económica, que nos amordaça, nos intimida e porque a bom português, ainda temos que ficar agradecidos por estarmos a fazer algo, que desmerece, não a nós como pessoas, mas como profissionais, pois não são aquelas as nossas competências.
Apesar do desânimo, da descrença, não podemos fazer o luto, esta morte não pode ser aceite, temos que reivindicar, sair para rua, gritar bem alto que queremos o que nos é devido e que não nos contentamos com o que nos querem dar. Negarem-nos isso, é dizer que nada vale a pena, não há nada pelo que lutar, não há futuro, está tudo pré-determinado, ou seja, estamos condenados a reprdoduzir os cenários socio-económicos que nos constrangeram e nos impulsionaram a querer mais e melhor, a explorar o conhecimento, fazendo dele a nossa arma para vencer na vida. Por favor, não podemos deixar que quem nos governa nos Foda desta maneira, temos que reagir, se não matamos os nossos sonhos, enpenhamos a nossa esperança e vontade de viver. Eu não sei, nem quero ser conivente com este cenário, pelo demonstrarei o meu descontentamento e indignação,tanto quanto possível, principalmente junto daqueles que seleccionam, pois são os mandantes, de uma mafia, que preconiza a injustiça, a desigualdade e falta de oportunidades.
Boa Tarde,
Olá Isabel, concordo plenamente contigo, a sociedade rege-se por um facilitismo atroz, promovendo a impunidade e incompetência dos seus caciques, subvertendo as regras do jogo, envergonhando os valores da liberdade e igualdade.
Indo de encontro ao teu comentário, quando te referias à mobilidade social, através do esforço, empenho em nos apropriar-nos do saber, (eixo fundamental da vida em democracia)ainda hoje li um artigo do Vasco Pulido Valente (Jornal "Público", que passo a transcrever, ..." e para pôr a questão claramente, a possibilidade de " subir na vida", a que os sociólogos chamam "mobilidade social", em vez de aumentar, diminui. Para quem nasceu na década de 80, é muito mais difícil "chegar" onde "chegaram" o pai e a mãe e muito mais provável "ficar pior" e bastante pior, do que "ficaram" o pai ou a mãe. E quem nasceu pobre irá com certeza continuar pobre"...
E eu digo mais vale um Homem pobre do que um pobre Homem..
Estamos no caminho certo, o nosso trabalho e a nossa luta dará concerteza frutos!!
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