quinta-feira, dezembro 13, 2007

Negócios Estrangeiros - Da Weasel

Já foi ao Intendente, Sr. Presidente?

Compreendo que tenha pouco tempo,

Cada movimento precisa de um documento,

Isso é algo que eu consigo compreender

Mas, precisa de ver, Sr. Presidente, os seus próprios olhos,

têm um olhar diferente de toda a gente.

Deixe em casa os óculos de ver ao longe, a realidade não foge,

A realidade está sentada e espera toda a noite por nada,

Ou encosta-se a uma parede,

Talvez com fome, talvez com sede.

Fumo um cigarro no infinito,

Descubro na escuridão 1 grito, dentro de si próprio.

A realidade chegou à 6 meses da Nigéria, do Senegal ou da Costa do Marfim.

A realidade não tem fim.

Com uma nota de 20 euros chego onde quiser,

A realidade é uma mulher.

Já foi ao Intendente, Sr. Presidente?

Não vá em visita de Estado, deixe o carro blindado na garagem,

Dê folga aos guardas-costas,

Finja que vai de viagem e apanhe o metro,

Saia no Martim Moniz e caminhe,

Faz bem caminhar, apanhar ar, respirar.

Passear no Intendente é um passeio original,

É um passeio diferente sem sair de Portugal.

Vá para fora cá dentro, vá aos subúrbios do Mundo no centro da cidade

Igualdade, integração social, seja por 10 minutos um emigrante ilegal, como se chegasse do Brasil, do Paquistão.

Vá ao Intendente e invente uma solução que satisfaça

aos que já chegaram e chegarão.

Mesmo que não tenha vontade de ir, vá ao Intendente, Sr. Presidente.

Aprenda, para chegar é sempre preciso partir.

Já foi ao Intendente, Sr. Presidente?

Não leve a sua comitiva, não leve o telejornal

Leve-se a si próprio e avance natural,

Como se não fosse ignorado

Vá num dia normal ou num feriado, mas vá.

Por lá sua presença é urgente, no intendente.

Tem pouca diferença de uma Assembleia das Nações Unidas.

A sua presença pode ajudar a salvar vidas vindas da Ucrânia, da Roménia, Moldávia, Moçambique, Cabo Verde e Angola.

Porque o Mundo, Sr. Presidente, perde cor todos os dias.

Quando eu largo, nesse lago, que eu largo, quando eu largo, no Intendente.


Letra: José Luis Peixoto

Música: Da Weasel

4 comentários:

Anónimo disse...

Como gostariamos de ter governantes que fossem à "boca do inferno", que guardassem e intervissem sobre essa visão. Mas, pelo contrário, temos palhaços e tiranos, que alimentam a máquina do poder,reproduzindo um mimetismo político-social que alimenta os males sociais que bloqueiam as possibilidades de mobilidade social, bloqueando as oportunidades de a sociedade se reinventar.Para quando essa visita ao intendente, sr presidente?E nós cidadãos de direito, democratas, até quando vamos permitir esta compulsão de repetição,este teatro de fantoches comandados pela fome de ter, de poder,que nos amputam os desígnios do ser, do acreditar nos valores que regem uma sociedade que se quer justa, solidária?

Rogério Duarte Silva disse...

olá isabel,
Concordo plenamente contigo, como construir uma sociedade mais solidária e justa, quando os mecanismos estão viciados e ultrapassados? Até quando sr. presidente se esconderá nos seus ridiculos discursos?
Afinal, Sr. Presidente, já foi ao ....Intendente?
bj rogério

Anónimo disse...

Pois, pois! A inclusão e a integração encontram-se a anos-luz, os que pessam nos lucros não pesam nas pessoas, um milhão de euros vale mais do que uma pessoa, pensam eles... quanto mais morrerem menos gastam! Mais matam! E são felizes...

Joaquim Manuel Cardoso

Anónimo disse...

Vá ao Intendente Sr. Presidente
e leve o Primeiro-Ministro
esse dissidente que abandonou o socialismo
e é inimigo da gente...

João Pedro Paulo