Neste 25 de Abril de 2007, 33 anos depois, estive de luto e não saí de casa. Prisioneiro político do salazarismo-caetanismo, vi o meu curso superior interropido, por ter ido "morar" para Caxias e Peniche.Fui um bom ou mau lutador antifascista e anticolonialista, esse era o meu estatuto no salazarismo. Nesta sociedade assente no dinheiro, na mentira e na manipulação, fui despedido depois de quase três décadas de trabalho ininterrupto, sem uma falta, sem uma baixa, por constituir "um custo fixo" exagerado.
Há quatro meses sou obrigado a apresentar-me quinzenalmente no centro de emprego e não posso ausentar-me do País, sequer para Espanha, senão perco o previlégio do subsídio. Estou em prisão domiciliária. Apesar de invejável Know-How na minha especialidade, ninguém me dá trabalho remunerado devido à idade, só querem trabalho grátis.
No salazarismo eu lutava, era rebelde, enfrentava a PIDE, acreditava na utopia.
Rui Lulendo, Diário de Notícias, 27 Abril
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