sexta-feira, julho 06, 2007

Reflexão ANIMA 2007 (2ª parte)















Na 2ª parte da reflexão/ANIMA 2007, destaque para a apresentação conjunta “Exemplos vivos da Organização, organizar-se é andar”, pela APDASC – Associação Portuguesa para o Desenvolvimento da Animação Sociocultural e Plataforma ECO/Plataforma Nacional (Espanha). Este painel revelou-se de grande interesse pelos conteúdos abordados, partilhando-se realidades e preocupações na luta comum de afirmação e reconhecimento da Animação Sociocultural como metodologia de intervenção. O caminho a percorrer de forma a atingir esses objectivos tem apenas um sentido, a organização, partilhando esforços, opiniões e estratégias, construindo-se a partir daí, um colectivo preocupado e activo, demarcando-se do natural absentismo que nos rodeia.
Ao consenso de unir esforços de forma a desenvolver processos transformadores da realidade, juntámos as experiências de cada país, constatando semelhanças e algumas diferenças, as quais se esbatem num contexto comum - as grandes transformações que assistimos em toda a Europa, nomeadamente, na implementação de novas regras laborais e na retirada de serviços sociais, transformando a ideia até aqui vinculada de um Estado Providência, último baluarte da defesa dos cidadãos.
Em ambos países, os Animadores Socioculturais, embora com percursos diferenciados em relação à sua formação académica (em Espanha não existe Licenciatura em Animação Sociocultural, mas sim um “ciclo formativo de grau superior”), lutam pelo reconhecimento da Animação Sociocultural, pela sua regulação de carreiras, funções e remunerações. Em Portugal resolvidas que estão pelo menos aparentemente, as questões relacionadas com os modelos formativos, definição de nomenclaturas para o ensino profissional e a aproximação dos conteúdos e currículos dos diversos cursos superiores, está na hora de assumir a luta pela elaboração do Estatuto Profissional do Animador Sociocultural.
Sem este instrumento a intervenção do Animador não se afirmará no contexto Português, continuando a precarização e gradual aumento de desemprego, pois os locais de trabalho para os quais dispomos de formação especifica são ocupados por técnicos de outras áreas.
Em Espanha, as preocupações são semelhantes, lutando-se pela regulamentação laboral permitindo a Animadores, Educadores e outros técnicos, serem reconhecidos pelo seu trabalho no âmbito da intervenção social. Na persecução desse fim, constituíram a Plataforma Nacional, Plataforma ECO (Educación, Cultura, Ocio), associação cujos objectivos passam essencialmente, pelo fortalecimento da participação dos trabalhadores da intervenção social, responsabilizando-os pela defesa dos seus direitos. Desde aí, em conjunto com o movimento sindicalista espanhol, têm vindo a desenvolver uma estratégia de mobilização, com a realização de inúmeras acções de sensibilização e pressão (concentrações e manifestações), conseguindo este ano, negociar e consequentemente ver aprovada junto das entidades nacionais e locais (Comunidad Madrid), uma portaria que regulamenta as relações laborais, em termos de contratação, carreiras e funções, terminando com a precariedade e sub-contratação que até aí vinha acontecendo. Parece-me importante, a reflexão sobre este exemplo, por um lado, pela capacidade de organização evidenciada e por outro, pela estratégia que utilizaram para fazer chegar as reivindicações ás entidades competentes.
Está na hora de preparar o caminho, retirando destas e outras experiências, importantes ensinamentos. Tudo se consegue, se olharmos para bem mais longe. Este é o nosso desafio, perceber o Mundo, para o mudar, não sendo um “trabalho” de dois ou três, mas de todos!
Foto: Apresentação Plataforma Nacional/ECO

1 comentário:

Anónimo disse...

Olá Rogério,

Fica aqui 1 exemplo concreto de como a APDASC não pára e de como somos capazes de criar momentos e espaços para a reflexão e tomada de posição relativamente à animação e aos animadores. Para nós não há férias!

primeironacionalapdasc.blogspot.com

Um abraço e bom fim-de-semana!

Carlos Costa